sábado, 14 de fevereiro de 2009

Feliz Aniversário Reginaldo Rossi

Hoje é aniversário de ninguém mais ninguém menos que o padrinho da banda: Reginaldo Rossi, uma pequena biografia que achei pelo google: "O rei do brega nasceu em no dia 14 de fevereiro de 1944, em Recife, foi professor de matemática e estudou engenharia antes de iniciar sua carreira em 1964 como integrante da Jovem Guarda, no grupo The Silver Jets. Nos anos 70 saiu da cena roqueira jovem e dedicou-se ao repertório popular e reconhecidamente brega, fazendo imenso sucesso no Nordeste e permanecendo praticamente esquecido no eixo Rio-São Paulo. Em fins da década de 90 houve um ressurgimento de Reginaldo Rossi no sul do país, provocando relançamento de seus discos em CD. O cantor e compositor passou a ser visto como "cult" e assinou contrato com a gravadora Sony."
O post do Blog do Cambota sobre o encontro deles com o Rossi:

O cara é uma figuraça. Vamos do começo. Comecei a tocar violão já adulto. Quando era adolescente eu freqüentava uma roda de violão em Goiânia com amigos e conhecidos. Chamávamos esses encontros de CERVOLÃO. Biel, Rodrigo Bazuquinha e outros eram os organizadores. Eu só ia porque era amigo deles. Eu não sabia tocar nada, mas adorava a bagunça, e as músicas. Foi lá que eu ouvi pela primeira vez Em Plena Lua de Mel e também uma versão do refrão em espanhol. Adorávamos aquilo que o Thiago Bastos trouxe do nordeste. Quando me mudei de Goiânia e comecei a tocar violão, carreguei essa música pro repertório nos churrascos. Foi quando eu também compus Como que ocÊ pôde. Daí vem o Falange (bar do qual o Thiago percussionista do Pedra Leticia, era dono), o começo real da banda, o Omelete, e essa música nos acompanhou. Quando "Como que ocÊ pôde" começou a fazer sucesso no You Tube a nossa segunda música foi, automaticamente, Em Plena Lua de Mel. Todo mundo canta o refrão nos nossos shows. Ano passado, recebemos convites de três gravadoras para gravar um cd. A EMI foi uma escolha pensada, pela total liberdade que nos daria, e deu. Ao definirmos o repertório do cd, faltava resolver a questão: "Iremos gravar um cover?" A primeira idéia era um cd só de composições próprias. Fomos ao Rio pela primeira vez em dezembro, gravar três músicas. Total apreensão por chegar ao centro cultural do Brasil. Descemos no aeroporto completamente vidrados com aquilo tudo. Mas estávamos meio perdidos também. Pegamos as bagagens, nos perdemos, achamos a saída pros táxis, e, antes de chegarmos ao carro, encontramos o primeiro famoso. Lá no Rio todo mundo age naturalmente ao cruzar com um famoso. Chega a ser ridícula a tentativa de encarar com normalidade a facilidade com que se vê artistas globais, músicos e personalidades em geral. Pra você ter uma idéia, no nosso primeiro jantar numa pizzaria, sentamos ao lado de Luana Piovani. O Thiago estava com as costas da cadeira grudada nas costas da cadeira dela. Entenderam a cena? Aja naturalmente Thiago! Difícil. Ele suava, tremia, falava alto. Mas não pode dar na cara. E realmente parece que temos escrito nas nossas testas: GOIANO. Só que a Luana nã foi a primeira. Sabe quem era o cara do aeroporto? Reginaldo Rossi. Fazia uma conexão pra Angola e estava do lado de fora do aeroporto fumando um cigarro. Camisa aberta, por fora da calça social nada chique. Completamente povão (uso aqui uma expressão típica dele mesmo). Não resistimos e o abordamos. "Rossi, somos uma banda de Goiania que canta em plena lua de mel somos muito fãs do senhor de você sei lá, tira uma foto, toma uma camiseta da nossa banda com a sua foto, nem to acreditando, dê cá um abraço, pra onde vai de onde vem, o senhor você sei lá tá fazendo show aqui no Rio??" Que loucura. O primeiro cara que topamos no Rio foi o próprio Rossi. Que mora em Recife. Alguns chamariam isso de um sinal, eu chamo de cagada mesmo!
Voltamos em maio pro Rio pra gravar as outras músicas. O Vítor, que é o gerente artístico da EMI nos diz que acha imprescindível gravar essa música. Dizemos a ele, como quem não quer nada, se haveria a possibilidade da participação do Rossi. Opa! Cinco minutos e duas ligações depois, ele confirma que o Rossi vai ao Rio pra gravar com a gente. Como assim?! O Rossi mesmo? O Reginaldo? Só acredito vendo. E depois de duas semanas eu vi. Estávamos ansiosos no estúdio. Toca a campainha e ouvimos aquela voz tão característica, tão original. Entra um dos caras mais engraçados e gente fina que já conheci na vida. Contou histórias, revelou segredos, fez todo mundo rir. Ouviu nossa versão e nos disse que havia lembrado do dia do aeroporto. Se emocionou, de verdade, com nossa homenagem. Contou piadas e casos seus. Falou sobre o povo e sobre o que o povo gosta. Ele saca muito disso. Contou que numa das infinitas viagens ao interior do nordeste, estava saindo do show na van, com centenas de pessoas cercando o automóvel. Pediu ao motorista pra não andar depressa, pra ter cuidado com o povo. A velocidade desenvolvia devagar. Quando já alcançava os 40Km/h viu que um cara corria desesperadamente atrás da van. Sentiu que era um fã especial, devido a todo aquele esforço. Pediu ao motorista que parasse, que queria ouvir o que um fã tão ardoroso tinha pra dizer. O chofer freiou, abriram a porta da van, e o fã esbafurido, exausto, solta: "Rossi, eu também sou viado!" auhhauuha. Inacreditável isso. Rossi contava às gargalhadas. O filho dele estava presente a gravação e confesso, nunca imaginaria se tratar do filho do Rossi. O cara é fino, ator, ultra cool. Rossi é do povo, e ressalta isso a todo momento. Entrou pro estúdio com profissionalismo e bom-humor. Além de cantar uma parte, soltou frases incríveis. Eu, do lado de cá do vidro, não acreditava. Olhava pros meninos da banda e não sabíamos o que nos dizer. Lembrei-me dos meus amigos de cervolão. Da fita cassete que haviam trazido do nordeste. Lembrei-me de todas as vezes em que cantei isso num churrasco, escutando gargalhadas a cada versão internacional da música. Ele disse, durante a música, que se tratava do Rei, do garanhão de Pernambuco, do maior galã do Brasil. E ele é. Ele falou brincando, mas ninguém sabe, como ele, fazer o povão entender a música e a elite entender o povão.
Saiu de dentro da cabine do estúdio com o humor intocável. Ainda rimos mais algumas horas. Sei que ainda vamos nos encontrar pra tocar essa música algumas vezes e vou sempre admirá-lo. E ele estará sempre gravado - literalmente - na nossa obra.
Nos despedimos, ele deu um abraço forte. Educado saiu, e meu coração voou mais que avião. Quando o perdi de vista, se encaminhando pro portão do estúdio, eu e os meninos nos abraçamos. Que sonho! Olhamo-nos incrédulos. Foi quando ouvi a voz inconfundível vinda lá do portão de saída. Fabiaaaaaanoooooo!!!! Fabiaaaaanoooooo!!! fui correndo ver o que era e ouvi a voz autêntica me dizer, entre gargalhadas: "Eu também sou viado!!"

Agora o vídeo de "Em Plena Lua de Mel" gravado pela Marina no show do lançamento do cd, dia 09/09/2008 no Na Mata Café em SP:

Essa é minha pequena homenagem ao grande galã do Brasil, Feliz Aniversário, Feliz Cumpleaños, Happy Birthday, 誕生日おめでとう, Joyeux Anniversaire, Herzlichen Glückwunsch zum Geburtstag, عيد ميلاد سعيد Reginaldo Rossi!!!!!!!

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