sábado, 21 de fevereiro de 2009

Não Diga Nada - entrevista com Fabiano Cambota

Vou transcrever aqui uma entrevista do Cambota sobre o Pedra Letícia que achei no blog Não Diga Nada:

Naodiganada
- Vamos começar com o básico, qual a origem do nome?


Fabiano Cambota PEDRA LETÍCIA - na verdade o nome não tem uma razão, ou motivo, para cada resposta a gente pode inventar um porquê, mas a verdade é que o nome não tem sentido, não tem motivo, não tem nada, é só o amontoado de letras.

Naodiganada - segundo o Marcelo Nova, ele montou uma banda com o objetivo de comer as meninas, a inspiração para a banda segue essa linha?

Fabiano Cambota PEDRA LETÍCIA - pior que não. Somos 3 nerds tentando se divertir...na verdade não pensamos em nada ao montar a banda...nem mesmo em montar uma banda. eu e o Fabianim tocávamos num bar, pra ganhar uma grana, se divertir mesmo. O bar era do Thiago e a coisa foi indo, até que um dia o bar fechou e a gente tava junto, é como uma menina que você vai ficando e quando percebe já ta namorando de aliança na mão.

Naodiganada - o show de vocês é ótimo, nos transmite que vocês se divertem mais que o público. Vocês sobrevivem hoje da música?

Fabiano Cambota PEDRA LETÍCIA - sim, eu e o Thiago sim, o Fabianim tem uma escola de inglês que só dá despesas, mas a gente se diverte demais mesmo, acaba muita piada ficando em cima do palco, porque é sobre coisas que se passam entre nós e o clima da viagem pro show eh o mesmo do clima do palco.

Naodiganada - sim, isso é interessante aos olhos de quem vê, sentimos que vocês estão ali por prazer mesmo.

Fabiano Cambota – PEDRA LETÍCIA - a gente dá muita risada, curte muito um com o outro e somos meio bobões, como eu disse somos meio nerds, eu e o Fabianim nem bebemos, o Thiago eh o único que toma alguma coisa e olha que só bebe um pouco de vodka com energético, a gente fica na pilha à base de coca-cola, quem vê nosso camarim saca que a gente é nerd, num tem putaria, num tem pó rolando. Não que eu tenha algo contra isso tudo né.... mas num é nosso estilo entende?

Naodiganada - Vocês sabem o tamanho do sucesso do Pedra Letícia hoje? Por exemplo, temos muitos frequentadores do blog que entrou vindo de pesquisas no google, vindo de várias partes do país.

Fabiano Cambota – PEDRA LETÍCIA - cara...eu não paro pra pensar em sucesso sabe? Eu vou dizer por mim. Eu já quis muito ser um cara famoso. Mas sempre como resultado de um trabalho. Eu acho estranho demais o cara ficar famoso sem ter demonstrado nada. BBB, ou atores de oitava linha que aparecem muito mais em revista do que na novela, Mas eu queria ser famoso quando eu tinha 18 anos, Hoje eu só quero dar risada e me divertir. A grana é consequência, sucesso também. Nosso sucesso é muito relativo. Já fizemos show pra 3.000 pessoas num dia e 70 no outro.

Naodiganada – setenta pessoas?

Fabiano Cambota – PEDRA LETÍCIA - juro cara. Fizemos um show em Guarapuava PR. 70 pessoas, contadas. E o lugar era lindo, o som tava perfeito, a cidade era massa. E o show foi muito legal também. Então...eu acho que sucesso é uma coisa relativa. É claro que eu gostaria de tocar pra 10.000 pessoas, 15.000. Mas não é melhor do que tocar lá no omelete pras 300 pessoas amontoadas sabe? E quando tocamos pra 10.000 pessoas foi num show do Fernando & Sorocaba. O público era deles, não era nosso. O mérito era deles. O nosso show foi uma bosta. A galera que realmente tinha ido lá nos ver deve ter ficado decepcionadíssima.

Naodiganada - Achei a música "Eu não toco Raul" simplesmente fantástica.

Fabiano Cambota – PEDRA LETÍCIA - Cara, essa música é meu calcanhar de Aquiles. Porque eu também gosto de muita coisa do Raul. Aliás MDC é a cara da nossa banda né. Mas tem muito cara idiota no mundo, véio. A música não fala nada do Raul. Nada mesmo. E eu tive muito cuidado ao escrever. Só que é quase uma piada pros cantores e bandas de boteco, o fato de toda noite ter um bêbado suplicando pra tocarem Raul. E gritam o clássico "toca Raul!". Se eu soubesse da repercussão dessa música, não sei se a escreveria. ou mudaria a forma. Eu não me arrependo de tê-la escrito, mas mudaria algumas frases. Mas quando a escrevi a banda não era conhecida nem lá em casa.

Naodiganada - Camioneta Zera, um desabafo?

Fabiano Cambota – PEDRA LETÍCIA - Que nada, outra brincadeira, muitas vezes mal interpretada. sobre essa música, a gente que tem banda de rock, obviamente tem menos espaço em Goiânia do que as duplas. Mas lá a cena rock é bem forte. Dois dos maiores festivais de rock alternativo do Brasil acontecem la. O bananada e o Goiânia noise. Mais uma vez a crítica não é à música. É mais uma brincadeira com o estereótipo. eu, particularmente, não curto a música sertaneja de hoje. Mas eu tenho no meu carro cd gravado com João Mineiro e Marciano, Milionário e José Rico, Belmonte e Amaraí. A afinação é legal, as letras também eram legais, hoje não é sertanejo. A outra crítica da música é sobre a "goianidade". cara. Somos um estado sem identidade, mas num é porque falta gente de personalidade,

Naodiganada - Aparentemente, o nível social dos fãs de Goiânia é composto na maioria de pessoas chamadas de "mais esclarecidas", a maioria graduada. Pedra Leticia agrada esse grupo?

Fabiano Cambota – PEDRA LETÍCIA - Depende. Toda obra de quaisquer tipos de arte têm várias formas de interpretação. A nossa música pode ser interpretada como crítica, ou como besteirol. depende do repertório de quem a escuta. Muita gente ainda conhece somente "como que ocê pôde abandoná eu" e, por isso, não entende direito a banda. Não somos Mamonas, não somos P.O. Box, somos Pedra Letícia, e só isso. As pessoas mais esclarecidas acabam entendendo o show de uma forma, e as menos esclarecidas de outra. Não fazemos o show pensando em como ele vai ser aceito ou interpretado. Quando cantamos Kelly Key, tem gente que ri e tem gente que acha legal, mas todos cantam juntos. Isso é que importa.

Naodiganada – Para terminar, vamos na maneira clássica, perfil. Livros:

Fabiano Cambota – PEDRA LETÍCIA - Eu tenho lido muitas biografias. Do Gonzagão e do Gonzaguinha, do Roberto Carlos, do Tim Maia. E sempre leio crônicas. Adoro Luis fernando Veríssimo, mas estou lendo Mário Prata, e indico viu.

Naodiganada – Filmes e TV:

Fabiano Cambota – PEDRA LETÍCIA - Eu assisto muitos filmes, de todo tipo. Adoro filme antigo. Sou viciado em cinema e assisto tudo, desde filme cabeça europeu, até blockbuster de Hollywood.

Naodiganada – Música:

Fabiano Cambota – PEDRA LETÍCIA - Vixe, ouço muuuuita música, mas muita mesmo. Eu adoro rock, escuto muito rock clássico e sempre aponto o Queen como minha banda favorita. Mas ouço muita música brasileira e nos últimos tempos tenho estado viciado. Ney Matogrosso e Maria Bethânia são intérpretes inigualáveis. Presença de palco foda mesmo. Eu ouço muito Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, adoro música instrumental. não necessariamente classica, mas instrumental. Ouço Dilermando Reis, Raphael Rabello, Marcos Suzanno, Yamandú, Paulo Moura, chorinho em geral. E tenho loucura pela era de ouro do rádio. Nelson Gonçalves, Anisio Silva, Aracy de Almeida, Dalva de Oliveira, Agostinho dos Santos, etc.

Naodiganada – Mais algo...?

Fabiano Cambota – PEDRA LETÍCIA - eu não disse uma coisa que faço muito..e é nerd pra caramba: jogo muito video game e pc. Winning Eleven poucos me vencem (risos). Modesto! (risos). E jogo mto Age of Mithology, Need for Speed.

Blog Não Diga Nada

Nenhum comentário:

Postar um comentário